“ENQUANTO estivermos diante de agentes públicos e de atos administrativos, que se recusam a devolver o militar anistiado à sua carreira, a receber os mesmos benefícios dos seus colegas de então, acrescidos daqueles que possam ressarcir as perdas materiais e morais que tiveram, pelo modo como procedem daqui há pouco não haverá mais anistia.”
BRIGADEIRO RUI MOREIRA LIMA
Presidente da ADNAM
LEI Nº 10.559 – DE 13 DE NOVEMBRO DE 2002 – DOU DE 14/11/2002
Faço saber que o Presidente da República adotou a Medida Provisória nº 65, de 2002, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Ramez Tebet, Presidente da Mesa do Congresso Nacional, para os efeitos do disposto no art. 62 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda constitucional nº 32, de 2001, promulgo a seguinte Lei:
Art. 8º – É concedida anistia aos que, no período de 18 de setembro de 1946 até a data da promulgação da Constituição, foram atingidos, em decorrência de motivação exclusivamente política, por atos de exceção, institucionais ou complementares, aos que foram abrangidos pelo Decreto Legislativo nº 18, de 15 de dezembro de 1961, e aos atingidos pelo Decreto-Lei nº 864, de 12 de setembro de 1969, asseguradas as promoções, na inatividade, ao cargo, emprego, posto ou graduação a que teriam direito se estivessem em serviço ativo, obedecidos os prazos de permanência em atividade previstos nas leis e regulamentos vigentes, respeitadas as características e peculiaridades das carreiras dos servidores públicos civis e militares e observados os respectivos regimes jurídicos.
§ 3º – Aos cidadãos que foram impedidos de exercer, na vida civil, atividade profissional específica, em decorrência das Portarias Reservadas do Ministério da Aeronáutica nº S-50-GM5, de 19 de junho de 1964, e nº S-285-GM5 será concedida reparação de natureza econômica, na forma que dispuser lei de iniciativa do Congresso Nacional e a entrar em vigor no prazo de doze meses a contar da promulgação da Constituição.
(….)
Congresso Nacional, em 13 de novembro de 2002; 181º da Independência e 114º da República.
Senador RAMEZ TEBET
Presidente da Mesa do Congresso Nacional
Militares que cumpriram com o juramento feito quando saíram Aspirantes – “…Juro defender as Instituições e a Pátria com o sacrifício da própria vida…” . Por terem cumprido o seu juramento à Nação, a defesa da constituição e da democracia tiveram suas carreiras militares encerradas, impedidos de exercerem suas profissões e seus direitos políticos cassados. A ditadura civil-militar os perseguia dificultando-os de exercerem qualquer atividade laboral. Presos, acossados e torturados.
Os militares da Aeronáutica tiveram as suas carteiras de vôo cassadas pelas Portarias Reservadas do Ministério da Aeronáutica nº S-50-GM5 de 19/06/1964 assinada pelo Ministro da Aeronáutica Nelson Freire Lavenère Wanderley incluindo na mesma portaria os aviadores civis pelo Ministro da Aeronáutica Eduardo Gomes.
Os cassados militares esperaram 24 anos por uma anistia. Essa veio quando da constituição de 1988 e ainda não foi cumprida, em 2002, conforme especificada no inicio do artigo acima, a reparação econômica e moral também não foi cumprida.
É importante ressaltar que os militares cassados entraram com um Mandado de Injução no Supremo Tribunal Federal ( STF ), sendo reconhecido a Legalidade da Lei 10.559 o qual deverá ser cumprida.
No governo de FHC foi criada a Comissão de Anistia como um órgão ligado ao Ministério da Justiça para assessoramento nos pedidos de Anistia aos atingidos pelo Golpe Civil – Militar de 1964, quero enfatizar que é um órgão de assessoria e não um Tribunal de Anistia.
Os seus membros são escolhidos pelo governo em sua maioria e indicados também pelas organizações dos não anistiados.
Entre os membros da Comissão de Anistia existem militares nomeados pelo Ministério da Defesa, ou seja, vozes representativas dos CASSADORES com “SS” e CAÇADORES com Ç do GOLPE de 1964, estão ali como a dizer “quem pode ou não pode ser anistiado” entre eles especialmente os MILITARES LEGALISTAS e Não GOLPISTA de 1964! Ainda sendo CASSADOS E CAÇADOS!
Essas excrescências ocorrem também na Comissão de Desaparecidos Políticos com o único fim de sabotar o trabalho de achar os mortos nos confrontos ou nas torturas feitas pelos organismos de repressão da DITADURA.
A Comissão de Anistia vem se tornando um órgão a serviço da continuação do arbítrio e em defesa da permanente pena aos perseguidos da DITADURA, assim como a Comissão de Desaparecidos Políticos num órgão de tortura permanente aos familiares dos desaparecidos políticos.
Ao ser perguntado se as outras Comissões de Anistia e de Desaparecidos Políticos da América do Sul e da América Central, tinham militares entre seus membros, constrangido o Presidente da Comissão de Anistia Paulo Abrão, reconheceu que somente no Brasil tal fato (excrescência?) ocorria.
Infelizmente para desespero dos perseguidos pelo Golpe de 1964 a Comissão de Anistia esta repleta de pessoas totalmente despreparadas, sem o menor conhecimento da História e principalmente desconhecendo fundamentos básicos jurídicos.
Entre esses, posso citar um jovem de 31 anos nomeado sabe-se lá por quem – o Conselheiro Edson Pistori, filiado ao PT e da Juventude Petista, onde apresentou a seguinte justificativa para negar a anistia indenizatória da Lei de 10.559/02.
“Não estamos aqui para julgar o direito dos anistiados, e sim, para defender o Erário Público”
Esse jovem defensor do “erário publico” é quem esta julgando o DIREITO RECONHECIDO PELO STF dos militares LEGALISTAS e PUNIDOS POR SEREM LEGALISTA!
A maioria desses militares já são falecidos e estão sendo representados por suas viúvas ou filhas. Os que ainda teimam em permanecer vivos para ter em VIDA os seus direitos reconhecidos estão hoje na faixa dos 70, 80 e 90 anos.
Para vocês terem uma idéia desse jovem defensor do erário publico (?), ele colocou na internet suas fotos em comemoração aos seus bem vividos 31 anos, aqui estão elas, postados na internet pelo próprio Conselheiro Edson Pistori.
Como diz o Obama, ele é o cara!!! (sic)
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Esta loira é Soli, a “Angelica” da TV chilena, sem o luciano huck… kkkk (sic)
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Equipe de 2005 (sic)
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No alto da Cordilheira dos Andes – Lá em cima das américas (sic)
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Seminário da Comissão de Anistia. Meu aniversário!!! 31 anos (sic)
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A JUSTIÇA TEM QUE SER FEITA!
Um pouco do material exposto no blog do Dep. Brizola Neto e depoimentos diversos.
Reproduzo a nota da coluna da jornalista Rosane Oliveira, na Zero Hora de hoje. Seria bom que o comissário “cara de pau” e seus colegas da comissão de anistia lessem. É só ser honesto, sr. jornalista de O Globo, e dizer a verdade. Daudt foi reintegrado, sim. Mas não foi reparado pelo que sofreu: cassação, prisão, tortura e impedimento de trabalhar em sua profissão, a de piloto.
REPARAÇÃO NEGADA
Viúva do coronel Alfredo Ribeiro Daudt, Dóris Daudt, 83 anos, voltou de Brasília inconformada esta semana, depois de assistir ao julgamento do processo do marido que tramita desde 2002 na Comissão de Anistia.
Dóris teve negado o pedido para que Daudt fosse indenizado pela perseguição política que sofreu durante a ditadura.
Em 1961, quando aviões decolariam da Base Aérea de Canoas e bombardeariam o Piratini, de onde Leonel Brizola comandava a Campanha da Legalidade, o então capitão da Força Aérea Brasileira teria participado de uma operação para esvaziar os pneus das aeronaves. Marcado pelos militares, ele foi banido da Aeronáutica e torturado. Também foi impedido de exercer a profissão de aviador na vida civil.
De 1964 a 1979, Daudt, que chegou a pilotar caças, trabalhou em uma revenda de veículos, foi vendedor de livros e criador de coelhos. Como ele foi reintegrado à Aeronáutica na condição de coronel reformado, a Comissão de Anistia considerou que a reparação já havia sido feita. A família pretende recorrer.
Outros 21 processos semelhantes foram recusados pela Comissão.
Sexta-feira, 26 junho, 2009 às 19h09min.
Como quebrou a cara na tentativa de criar intrigas graúdas, o que abordei no post Olho de jacaré, couro de Jacaré.., O Globo reduziu a tentativa de exploração do “julgamento” da Comissão de Anistia a, como diz minha avó, “um traque”. Leia a matéria aqui. Bobagem, e falta do que dizer diante de um ato imoral. Minha avó (e não seus familiares, viu, sr. repórter) – recebe pensão de viúva de coronel-aviador. O que estava em discussão ali não era isso, mas a reparação constitucionalmente prevista às humilhações que Alfredo Ribeiro Daut, meu avô, sofrera. O resto é o tipo de jornalismo que a gente está acostumada a ler por ali.
Conselheiro Edson Pistori:
COMO A VIDA É BELA!
EIS O NOSSO ARTICULADO JULGADOR NA INTERNET
IDADE= 31 ANOS
FILIAÇÃO PARTIDÁRIA= PT (Partido dos Trabalhadores)
No Orkut, o poderoso Pistori, que nega indenização aos velhinhos da anistia.
O “caso pessoal” envolvia 22 aviadores militares. Veja aqui e entenda que “deferido parcialmente” quer dizer que ganharam apenas uma “declaração de anistiados”, óbvia . Se algum tratamento diferenciado foi dado foi, isto sim, um tratamento pior. E ilegal, porque três oficiais-aviadores – Melo Bastos, Hélio Anisio e Rui Moreira Lima – em situação absolutamente idêntica tiveram reconhecido o seu merecido direito. Quanto à “omissão”, você mesmo leu aqui no blog, antes mesmo do julgamento, como a questão foi claramente tratada por mim. Não fiz “lobby” aos cochichos para garantir indenização, mas pedi publicamente a reparação que meu avô requereu antes de morrer. Este “conselheiro” Edson Pistori eu não sei quem é. Sei que é um rapaz que gosta de viajar, de esquiar e desconheço como foi parar no serviço público com tamanho poder. Quem sabe O Globo descobre, não é? Chamei-o de “cara-de-pau” porque teve a cara-de-pau de pedir a um outro aviador, o Coronel Odair Aguiar, já idoso que tivera seu pedido de indenização também negado, que cedesse os documentos que mostravam a perseguição para colocar no “memorial da anistia”. Se isso não é cara-de-pau, o que seria? Ouvi de um advogado que ele é apelidado de “Indefiro Boy”, pela sua idade (30 anos) e pela enorme quantidade de indeferimentos nos processos que relata. Seja como for, deve estar a esta hora mostrando para todos os parentes e amigos a matéria, para verem como sua declaração rendeu-lhe a glória de ser citado no O Globo.
Fonte Blog de Brizola neto
PONTO “ALTO” DE SUA FALA (DECLARAÇÃO DE VOTO):
“Não estamos aqui para julgar o direito dos anistiados, e sim, para defender o Erário Público”.… Palavras do conselheiro Edson Pistori.
O Coronel Aviador Rae – cassado em 1964 – pondera tal escrutínio:
“Na minha cabeça, venho desenvolvendo a hipótese de que, quando nos negaram qualquer valor de reparação, estavam (Ministro e Presidente da C.A.) querendo me ajudar. Um absurdo?
O Ministro dissera anteriormente, há poucas semanas, que os nossos processos apresentavam dificuldades políticas “intransponíveis“. O que vem a ser isso? Politicamente, não é viável nos darem único e escasso milhão de atrasados. Ano de eleições e eles acham que perdem votos. Eles? Ministério, Palácio do Planalto, etc..
Ora, 20 anos de atrasados (a partir de 1988) são 260 meses, somando-se o 13º salário. 1 milhão dividido 260 meses dá uma continuada de R$ 3,8 mil mensais. Uma vergonha, para quem pleiteia R$ 24,5 mil mensais. Mesmo uma humilhação, ainda assim, politicamente pouco palatável. Se nos concedessem esse valor, a luta, na Justiça, seria muito mais difícil. Negando o direito claro, será juridicamente, muito mais fácil. O problema será achar um caminho mais rápido que uma ação ordinária. Será demais esperar uma ajuda do Tarso Genro e do Paulo Abrão?Talvez, mas ambos têm, até onde posso ver, possuem senso de justiça, são de esquerda e o primeiro, filho de um grande amigo do Alfredo Ribeiro Daudt. Acreditar ou não nessa hipótese me leva a uma sinuca de bico. Se for verdade, seria bobagem atacar a Comissão e o Ministro na mídia. Não sendo, precisamos mobilizar a mídia contra, para pressionar…”
Palavras proferidas na Comissão de Desportos da Aeronáutica onde meu pai seria homenageado. Representei-o nessa ocasião, por motivo de doença e proferi essas palavras:
“Meu nome é Pedro Luiz filho de Rui Moreira Lima do Senta a Pua, com 94 missões de guerra e ainda tendo o nome de 2 símbolos da FAB – o Pedro veio do Lima Mendes e o Luiz do Dornelles. Apesar de toda essa arvore de guerreiros, peço aos senhores, uma expectativa não guerreira de mim, mas sim de uma profunda emoção por estar representando meu pai aqui no C.D.A., no momento passando por problemas de saúde.
O pai fez um currículum vitae sobre sua vida esportiva, na confusão de uma reforma em sua casa e de internações hospitalares, não consegui encontrá-lo. Farei um resumo da vida esportiva do meu pai:
Aos 33 anos, já como major e fora do atletismo a 6 anos, o Fluminense (Clube que o pai sempre defendeu no atletismo), o convocou para disputar o Troféu Brasil de Atletismo, classificando –se para a final dos 100m. foi uma prova memorável , ficando em 2° lugar com o mesmo tempo do vencedor da prova, Zanoni perdendo por “ponta de nariz”. Piscando o olho cheio de malicia, me disse: “deram uma protegida nele”.
O Brigadeiro Jerônimo Bastos chamou meu pai e disse: “Rui, você esta em melhor forma que muita gente aí. Quero que prepare e também corra nos 4x100m da equipe da FAB, pelo Troféu Brasil das Forças Armadas.
Competindo com as equipes da Marinha, do Exercito e das Policias Militares dos Estados de RS, SP, MG e RJ. A Aeronáutica ganhou a prova nos 4×100 tendo meu pai integrando a equipe.
Veio o Sul-Americano de atletismo de 1953 e o pai depois de boas lutas de classificação, entrou como o 4° homem da equipe brasileira dos 4x100m – A Equipe conquista a medalha de bronze. O Brasil foi campeão tanto no masculino como no feminino no campeonato de 1953.
Não peguei meu pai como atleta, afinal tinha somente 3 anos, mas o acompanhei em seus muitos jogos de vôlei de praia. Me incentivado para a prática de esporte, do qual pratico até hoje.
Era comum reunirmos para jantar: Mãe, Pai, Soninha, Claudinha e eu. À mesa falava-se de tudo – vitaminas das comidas, os vôos, colégio e assuntos brasileiros, a conquista da nossa Petrobrás e a luta para mantê-la. Suas brigas com “os entreguistas” que “acreditavam” e ainda “acreditam” que a soberania nacional é coisa de bobos, o importante é sermos semi-colônias agregados a um poderoso de plantão (hoje os E.U.A.), os golpistas cujo o juramento que fizeram à Nação de defender as instituições mesmo com o custo da própria vida – era apenas uma mera formalidade – o interesse era chegar ao poder derrubando as Instituições as quais juraram fidelidade. Com sua fé na legalidade o pai leva consigo as sábias palavras de meu avô, seu pai o desembargador Bento Moreira Lima:
“ Caxias, 31 de março de 1939
Rui:
És cadete, amanhã, depois, mais tarde… general. Agora deves dobrar teus esforços, estudar muito… Obediência aos teus superiores, lealdade aos teus companheiros, dignidade no desempenho do que te for confiado, atitudes justas e nunca arbitrarias. Sê um patriota verdadeiro e não te esqueças de que a força somente deve ser empregada ao Serviço do Direito. O povo desarmado merece o respeito das Forças Armadas. Estas não devem esquecer que é este povo que deve inspirá-las nos momentos graves e decisivos. Nos momentos de loucura coletiva deves ser prudente, não atentando contra a vida dos teus concidadãos. O soldado não pode ser covarde e fanfarrão. A honra é para ele um imperativo e nunca deve ser mal compreendida. O soldado não conspira contra as instituições pelas quais jurou fidelidade. Se o fizer, trai os seus companheiros e pode desgraçar a nação. O soldado nunca deve ser um delator, se não quando isso importar em salvação da Pátria. Espionar os companheiros denunciá-los, visando interesses próprios, é infâmia, e o soldado deve ser digno. Aí estão os meus pontos de vista.
D’us te abençoe
Bento Moreira Lima”
Veio o 1º de Abril de 1964 e encerrou de maneira violenta uma carreira brilhante dedicada à Pátria e as instituições democráticas… uma violência maior ainda foi feita cassando o direito de voar – Sua profissão de voar.
Foi para a atividade civil sem levar suas ASAS, mas mesmo assim, no chão, foi e continua sendo vitorioso. Nunca mais pilotou. Como filho, faço um pedido aos atuais comandantes – convidar meu pai oficialmente a voar uma das nossas aeronaves de caça. Acredito que seria uma forma de reconhecimento do ato injusto e cruel de não permitir um piloto de voar.
Meu pai, nunca nos passou ódio ou ressentimento. Sempre nos fala “minha FAB é a do 1° Grupo de Caça, é a FAB do CAN, do Centro de Lançamento de Alcântara – que criminosamente queriam entregar e nós não deixamos! – É a FAB da defesa da Amazônia, é a FAB do SIVAM… minha FAB é grande, generosa e heróica. O resto são os desprezíveis que acabam esquecidos pela história.”
Encerrando existem por ai diversos heróis, super-heróis e mesmo deuses – fico com um… Prometeu, um titã que lutando contra os deuses do Olimpo que viviam entre prazeres e intrigas abandonando os homens à sua própria sorte deixando-os viver em uma escuridão total. Prometeu roubou o fogo dos céus e o trouxe aos homens terminando uma era de escuridão e para uma nova era de luz e sabedoria. Por seu crime foi acorrentado a uma rocha e diariamente uma águia vinha comer-lhe o fígado que pela pela tarde se regenerava para repetição da tortura. Apesar da dor e sofrimento, sua rebeldia não cessava, olhava para o céu e de punho cerrado gritava RESISTO!
Meu pai é um Prometeu, que nas piores horas, nos piores tempos de desesperança continua com sua luta, acreditando em um mundo justo, fraterno e de esperança.
Olha para o céu e de punho cerrado grita: “RESISTO!… SENTA A PUA BRASIL!”
Pedro Luiz Moreira Lima”
Carta enviada ao Jornal do Brasil – e não publicada – respondendo ao artigo do jornalista Vasconcelo Quadros:
“O jornalista Vasconcelo Quadros no dia 30/07/2007 realizou uma reportagem com o nome “O PESADO CUSTO DA ANISTIA”, dizendo” indenizações milionárias”, que fizeram fortunas de perseguidos políticos” e ainda “colossal fortuna de R$ 28.878 milhões”, se tal cifra chegou foi pelo não cumprimento da Lei da Anistia promulgada pela Constituição de 1988 e até hoje parcialmente atendida.
O jornalista Vasconcelo Quadros não se deu ao trabalho de conhecer a história de cada citado em sua reportagem, ao contrário, tratou a todos como se fossem uns aproveitadores do ERÁRIO PUBLICO usando termos debochados e ofensivos tais como: “receberam uma bolada”, “ abocanharam altas somas”.
Entre os citados está meu pai Maj. Brig. do Ar ref Rui Moreira Lima e não como na reportagem “ a maior indenização entre eles foi concedida a Rui Barbosa Moreira Lima”, como se fosse um qualquer e não um homem com 88 anos de idade e quase outro tanto de SERVIÇOS PRESTADOS ao PAÍS e continuando apesar da idade ainda a prestar! Vamos um pouco a história do meu pai, extremamente resumida:
1 – Combateu na Itália com o Primeiro Grupo de Caça ( Senta a Pua ) realizando 94 missões de guerra com condecorações de bravura nacionais e estrangeiras.
2 – No Brasil foi um dos pioneiros da implantação da aviação à jato militar, quando a FAB adquiriu 70 caças bi-reatores ( Gloster Meteors ) na Inglaterra no início de 1953.Em tempo: as empresas Varig, Cruzeiro do Sul, VASP e Panair do Brasil somente começaram a voar jato no ano de 1954.
3 – Participou da campanha do Petróleo é Nosso que resultou na criação da Petrobrás.
4 – Comandou parte das tropas legalistas no Brasil Central contra os golpistas de Jacareacanga e Aragarças, na tentativa de golpe promovido por oficiais da Aeronáutica para derrubada do governo legítimo do Presidente Juscelino.Após a derrocada dos golpistas meu pai os tratou de forma respeitosa, coisa mais tarde esquecida pelos mesmos golpistas.
5 – Em abril de 1964 como Comandante da Base Aérea de Santa cruz recusou a participar do GOLPE DE PRIMEIRO DE ABRIL DE 1964, respeitando seu juramento a NAÇÃO de OFICIAL – “JURO DEFENDER ÀS INSTITUIÇÕES AO CUSTO DA PRÓPRIA VIDA”. Por cumprimento a este juramento, foi cassado duas vezes; cassaram-lhe a carreira e a profissão – impediram – no de voar por 17 anos.Durante os “ anos de chumbo” foi preso três vezes , sendo que na última, os algozes esqueceram os regulamentos militares, sendo preso violentamente em seu escritório por oito sargentos em trajes civis, que se apresentaram como homens do DOI-CODI, meteram-lhe um capuz e o levaram para uma cafua no Regimento Motorizado de Campinhos. Não fosse por ação de ex-combatente da FEB – Gal. Sinzeno Sarmento – e talvez meu pai tivesse a mesma sorte do jornalista Herzog, assassinado no DOI-CODI de São Paulo. Meu pai tinha em abril de 1964, 45 anos com um total próximo de oito mil horas de vôo, com a experiência de 315 hs de combate na Campanha da Itália, cerca de 3.500 hs – a maioria no CORREIO AÉREO NACIONAL ( CAM ) – mais de 1.500 hs de caça ( 500 a jato ), piloto de Viscount quadrimotor turbo-hélice no Grupo de Transporte Especial ( GTE ) e por aí vai. Ele e mais meia centena de companheiros da FAB foram impedidos de voar vítimas dessa segunda cassação, fruto de duas Portarias Reservadas, cada uma assinada por dois ilustres Ministros da Aeronáutica da época: Brigadeiro Wanderley e Brigadeiro Eduardo Gomes.
6 – Com a nova Constituição de 1985, o Art. 181 da Constituição “revolucionária” de 1969, que impedia os cassados que requeressem qualquer direito ADMINISTRATIVO ou INDENIZATÓRIO, meu pai entrou na Justiça Comum, requerendo o direito de duas promoções que lhe foram negadas a partir do Ato Institucional número 01 – Serviço de Guerra ( 94 missões de guerra na Itália e 19 de Patrulha do Atlântico Sul ) e tempo de serviço na FAB ( 38 anos e 8 meses ). O processo durou três anos. Foi promovido a Major Brigadeiro. Pelo que reza a Constituição de 1988, tem o direito a promoção a Tenente Brigadeiro ( General de 4 Estrelas ). Sua luta permanece.
7 – Ainda sob a perseguição da feroz Ditadura, em sua última prisão – a realização pelo DOI-CODI – eu também fui preso como refém. Preso não, SEQUESTRADO é o termo. Os executores da ação estavam em trajes civis e somente um identificou-se como sargento. Caso o jornalista Vasconcelo Quadros queira conhecer melhor a história consulte História Oral da Revolução de 1964 – ed. Bibliex em 12 volumes. Em tempo: não li os 12 volumes, mas estou quase certo que na coletânea apenas um cassado teve acesso a falar – meu pai. Quando o governo FHC tentou entregar o Centro de Lançamento de Alcântara ao governo dos EUA, meu pai se destacou entre as dezenas de militares que ajudaram o Congresso o cancelamento de tal acordo espúrio ao interesse do Brasil.
8 – É Presidente da ADNAM ( Associação Democrática Nacionalista dos Militares ) que luta até pelo cumprimento da Anistia da Constituição de 1988, Presidente da AMICI – associação que luta pelos direitos dos aeronautas impedidos de exercer a profissão decorrente da Portaria Reservada da Aeronáutica, Vice-Presidente do MODECON ( Movimento de Defesa da Economia Nacional ) fundada pelo Dr. Barbosa Lima Sobrinho e CNDDA de defesa da Amazônia.
Senhor jornalista Vasconcelo Quadros a LIBERDADE DE IMPRENSA é um dos baluartes da DEMOCRACIA. Meu pai com seus atuais 88 anos não parou de lutar pela DEMOCRACIA, LIBERDADE E SOBERANIA DO BRASIL. LIBERDADE para ele é um DOGMA SAGRADO e para mim também. Assim, constitui a ter a Liberdade de emitir – pela imprensa – seus conceitos e opiniões, mas sem deboche, falando a VERDADE, INFORMANDO seus leitores, no caso presente, os valores que deverão ser pago aos VELHOS PILOTOS CASSADOS estão muito aquém do que deveriam receber. É um DIREITO de quem foi atingido num dos DIREITOS SAGRADOS DO SER HUMANO – O DIREITO AO TRABALHO, assim reza o Código dos Direitos Humanos publicado pela ONU em 1948, onde o Brasil é um dos seus signatários.
Quanto a mim, estou exercendo também o direito de leitor e cidadão ao defender meu pai. Seu artigo o classifico como LEVIANO, DEBOCHADO, NÃO VERDADEIRO AOS FATOS e mais além DESRESPEITOSO ÀS PESSOAS CITADAS.
Espero que carta seja publicada e, para tanto conto com o ético, integro e competente jornalista WILSON FIGUEIREDO, um dos sustentáculos do JORNAL DO BRASIL, ainda em atividade. Sou leitor de sua coluna, foi esse grande jornalista que abriu uma página inteira do Jornal do Brasil para uma entrevista do meu pai, logo após a queda da Ditadura iniciada em Primeiro de Abril de 1964.
Atenciosamente
Pedro Luiz Moreira Lima”
Fecho com as palavras do grande brasileiro Barbosa Lima Sobrinho – eterno presidente da A.B.I. – nascido em Recife em 22 de janeiro de 1897 e falecido no Rio de Janeiro em 16 de julho de 2000:
“Já vivi o suficiente para pensar que já havia visto tudo. Mas este espetáculo de destruição e desolação, é inacreditável“.
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Pedro Luiz Moreira Lima
pedrol@mls.com.br
4 Comentários do post " Pedro Luiz Moreira Lima defende o pai herói, Major Brig. RUI MOREIRA LIMA "
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este fucionáriozinho deveria ter estudado e respeitado a vida de luta e trabalho dos anistiados…..se a União indenizou, foi o mínimo que poderia ter feito a estes bravos defensores que outrora tivemos na carreira militar.
infelizmente ,hoje, os militares não tem a mesma fibra que os de outrora.
Quero falar a rever meu amigo carioca, Rui Moreira |LIma, de quem me orgulho de ser amigo, admirador e fâ. Tivemos negócios entre o Banco que eu trabalhava e a Distribuidora de Valores do Rui, mas o que me marcou foi sua personalidade forte, altiva e determinada.Birigadeiro, me telefone para combinarmos encontro aí no Rio ou aqui em S.Paulo. NNestas “horas” da nação, eu me orgulho em ser brasileiro-discordante e amigo de um heroi como você.
Grande e fratyerno abraço do
DSecioF. Almeida
(11) 3061-2876 3 (11) 9688-6412
Concordo plenamente com vc em fazer ver a muitos brasileiros que desconhecem historia,como se fica fragilizado em decorrencia de acontecimentos como o de seu pai.Eu sinto na alma,a dor dele ,sua e de todos os ex combatentes desse pais.
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Ouvindo o programa Rolando Boldrin com participação do Cantor Chico Maranhão,me veio a saudade do meu ex comandante Rui Moreira Lima. Recordei e recorei. Foi bom, limpei a vias lacrimais. Se estivesse escrevendo com a velha caneta tinteiro, esta página estaria toda borrada. Tive muitos Comandantes na FAB, estge heroi de guerra, é um destaque. Dificilmente encontraia outro igual. Eu era um simples sargento, contudo, não quais as razões, fiquei sendo um dos seus grandes amigos e também de toda sua familia. Na verdade entrei nela de carona. Vou contar uma das passagens com o então Coronel Rui.
Fui escalado para um voo de inspeção com o Ministro da Marinha. Meu avião estava estacionado em Santos Dumont, pronto para a decolagem. Logo depois chegou o Comandante Rui. Fiz minha continência de cumprimento. Logo em seguida chegou o Ministro e seus auxiliares. Olhei para o Cel. Rui, vi que dos seus olhos saiam faíscas. Pensei: será comigo? ( e era) Depois de um pouso, quando o Comandante pode estar a sós comigo, me chamou e disse: Você está preso. Quiz retrucar e ele não me deu chance. A viagem continuava.
Nas bases de inspeção, o pessoal ia para o hotel e eu ficava detido na Base. Oh viagem triste!. Que pecado eu cometi, meu Senhor?- Ele por sua vez, triste por ter punido um amigo, não sei o que corria na sua imaginação. Depopis de uns dois dias de viagem, ele me chama e diz:
Ferraz Corrêa e é um tipo de avião que você cuida para transportar um Ministro? Não viu que o avião estava sujo, mal equipado, que vergonha para a nossa FAB!…. Então respondi: è Comandante, o Senhor tem toda a razão, porém, alguns minutos antes do Senhor chegar veio ordem de trocar de avião. Houve alguma emergência e o meu foi para outro destino, naturalmente com ordem superior. Respondeu ele:Foi isso então? Claro.
Porque você não me avisou? Eu tentei, não pode dizer nenhuma palavra.
O Comandante me abraçou um pouco demorado. Meus olhos encheram de lágrimas como agora. A viagem comtinuou dai tudo normal. ASssim era o meu Coimandante.
Tudo que você falou do seu querido pai, por mais 100% de heroismo. Um abraço do meu velho Comandante, na sua Mãe, Claudinha. abraços irman,
Irman Ferraz Corrêa
irman@terra.com.br
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