Associação de Defesa dos Direitos e Pró-Anistia “AMPLA” dos Atingidos por Atos Institucionais.

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Em 25.02.2018

 

Caros companheiros/as,

Alguns informes pra vocês :-

          Todos sabem que procuramos acompanhar os interesses dos então anistiados e agora dificilmente reparados perseguidos políticos mandados reparar pelo artigo 8º dos ADCT/CF-88.

          Temos a sorte de ter um grupo de companheiros em Brasília que ao defender os interesses de seus camaradas defendem os interesses de todos. Porém, freqüentemente temos que lá comparecer nos momentos mais agudos ou de complexidade, especialmente em audiências com autoridades ou buscar ajuda junto aos parlamentares. Nós, que sempre estivemos presente, lá compareceremos enquanto a AMPLA tiver dinheiro em caixa destinado às viagens, como foi e é nosso compromisso. Vejo que o dinheiro está encurtando na caixa. Acho que quem foi político ou militou na política acompanha a constante dúvida e até ameaça com relação ao cumprimento cabal da Lei 10.559/02, contrariamente ao que pensávamos, pois esperávamos que com a promulgação de uma lei tão minuciosa e explicitativa não mais precisaríamos viver nessa constante corda bamba do receio, cujos reflexos já se fazem sentir nos Tribunais superiores.

          A cada mudança de Ministro da Justiça ou a cada (freqüente) mudança de presidente da Comissão de Anistia lá estamos para repetidamente chorar as reticências na aplicação da Lei, cada vez mais restritiva, pra que não tenham reflexos retroativos.

        Pelos companheiros de Brasília, foi solicitada e marcada uma audiência com o novo presidente da C.A., que limitou a presença de 15 pessoas, representantes de entidades. Lá estávamos nós.

         Dia 21.02, reuniram-se representantes de entidades no plenário 9, da Câmara, para fazermo-nos entender e melhor nos apresentarmos diante do novo presidente da C. A., Dr. Paulo Henrique Kunh. Discutimos sobre fazer um requerimento, ficou acertado entre os presentes que já são muitos e repetidos documentos entregues aos Presidentes da República, começamos com a Presidente Dilma, agora dois já à Temer, repetidamente a cada Ministro da Justiça, sempre com cópias ao presidente da C. A. do momento.

          Ficou também deliberado que levaríamos (eu tinha em mão) cópias dos últimos documentos para que o Dr. Paulo não tivesse que procurar, tudo está ali.

          Ficou acertado que falariam o Saulo, presidente da ABAP, solicitante da audiência, a Dra. Ana, que tem acompanhado os últimos momentos dos trabalhos da Comissão e eu (Wilson) num aspecto mais geral. Os assuntos porventura não abordados por nós seriam complementados pelos presentes, o que de fato aconteceu, foi importante o depoimento da Rosa, como de todos, sem esquecer a fala do Dr. Luciano, petroleiro da ABRASPET, que especificou as agruras de seus associados.

        O Saulo agradeceu a atenção, a Dra. Ana descreveu os problemas atuais com pormenores sobre todos os projetos relacionados da infindável anistia, e eu fiz uma breve explanação sobre as dificuldades de vermos o fim dessa angústia, aplicaram a lei nas lideranças, mas deixaram de fora os seguidores das lideranças, todas as leis de anistia são aplicadas com restrições, disse Rui “justiça tardia é injustiça institucionalizada”, que é o que se passa com a anistia política no Brasil, há processos e recursos na C.A. com mais de 12 anos, isso mostra que todos os Executivos, de todos os Partidos, são resistentes em conceder reparações, para um lado dos contendores, porque para os que derrubaram as instituições, prenderam e torturaram, estes foram plena e totalmente anistiados na primeira lei, sem sequer fazer requerimentos. Todos os Executivos até aqui são facciosos, parciais, fáceis para um lado, retrancados quando se trata da raia miúdo. E dizem e a imprensa publica que a anistia foi “ampla, geral e irrestrita, conversa de quem não conhece ou compactuou com o golpe ou é mal informado.

          A impressão deixada pelo Dr. Paulo foi boa, inclusive se propondo realizar reuniões com setores específicos.

          Como os companheiros de Brasília e o Bezerra fizeram um relato minucioso, deixo de entrar em mais detalhes, mas estou pronto para completar. O relato segue anexo a esta carta.

          Um abraço.

                         

                              J.Wilson                                              Gordim

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Postado por Gilvan VANDERLEI
Ex-Cabo da FAB – Atingido pela Portaria 1.104GM3/64
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