Em seu primeiro discurso depois de eleito, Marcus Vinicius convoca os advogados a trabalhar juntos
(Foto: Eugenio Novaes)

 

Brasília – “A ideologia da Ordem dos Advogados do Brasil é a Constituição Federal e seu partido é o Estado Democrático de Direito. Convoco todos para trabalharmos em prol de uma instituição que dignifica a advocacia, o Direito, a Justiça e os valores republicanos de nossa pátria”. A afirmação foi feita por Marcus Vinicius Furtado Coêlho, ao discursar para a advocacia logo após ser eleito presidente do Conselho Federal da OAB, na noite desta quinta-feira (31/01), pela chapa “OAB Independente, Advogado Valorizado”. A nova diretoria foi eleita com 64 votos entre os 81 conselheiros federais votantes.

Em tom emocionado, Marcus Vinicius afirmou que é compromisso da nova diretoria, a partir de agora, coordenar o somatório de esforços e mentes destinadas a renovar procedimentos. “Precisamos modificar culturas, ousar, realizar as reais aspirações e os legítimos desejos da cidadania e da advocacia brasileiras”, afirmou Marcus Vinícius, acrescentando que, findo o pleito, é hora de passar uma borracha nas disputas eleitorais e arregaçar as mangas. “O nosso compromisso é o de atrair e fundir os de baixo, o todo, para que o exercício do poder não seja uma obra dos de cima, nem das elites dirigentes”.

Outra conclamação feita à advocacia pelo presidente eleito foi a de ousar para garantir a defesa das bandeiras que a OAB sempre levantou: a preservação das prerrogativas profissionais dos advogados, a manutenção do Exame de Ordem e a liberdade no exercício profissional. “Não chegamos a esse ponto de nossas vidas para nos conformarmos com a acomodação de ideias”, acrescentou.

Acompanharam a sessão de eleição os 81 conselheiros federais da OAB, os presidentes de diversas Seccionais, membros honorários vitalícios da entidade, familiares de Marcus Vinicius e dos demais diretores e advogados de vários Estados que acompanharam a eleição. Conduziu o pleito o conselheiro federal por Minas Gerais, Paulo Roberto Gouvêa Medina. Estiveram presentes, ainda, o medalha Rui Barbosa da OAB, Agesandro da Costa Pereira, e o presidente do Instituto dos Advogados do Brasil (IAB), Fernando Fragoso.

A seguir a íntegra do discurso de agradecimento do presidente eleito, Marcus Vinicius Furtado Coêlho:

“Agradeço, em primeiro lugar, a Deus, por permitir que aqui estivéssemos, neste dia.

Agradeço a meus pais, que me conceberam, me criaram, me educaram e me mostraram o caminho da vida.

Agradeço a Eliana, minha esposa; a meus filhos, Marcus Lucius e Mariana, meus amores, minha razão de viver e de acreditar na vida.

Agradeço ao Conselho Federal da OAB, que me proporcionou e continua a me proporcionar a mais gratificante experiência que o advogado pode desfrutar ao longo de sua carreira.

Agradeço aos Senhores Conselheiros Federais, meus colegas, amigos, daqui para frente meus companheiros de uma luta que está só no seu início. Temos muito a fazer, o que compreender e o que aprender.

Agradeço aos advogados deste Brasil imenso, plural, de todas as cores e credos, unidos na ideologia da transformação e com a consciência de que ainda somos um povo que luta com todas as forças pela sua identidade.

Fazemos parte de um processo que não mais nos pertence. Pertence à história. O que nos trouxe a este ambiente, nesta data, nada mais foi do que o sentimento da responsabilidade com uma classe, é verdade, mas também com a implantação de uma sociedade democrática, onde imperem o Direito e a Justiça para todos.

Nas singelas propostas que apresentamos durante a campanha que se passou se condensa o que é substancial da ideologia que faz de nós, advogados, profissionais comprometidos com a maior de todas as causas, que é o Brasil.

Serão estes enunciados o nosso roteiro de trabalho — este é o compromisso inarredável que assumo perante os meus nobres colegas e perante todo o País. Não deixaremos nada para trás.

No início desta caminhada, quase que instintivamente chamei a chapa “OAB Independente, Advogado Valorizado” como sendo chapa de consenso. Errei, talvez, por enxergar no consenso o ideal de uma OAB inteira, unida, em torno de um mesmo projeto. Mas não errei na semântica, nem no propósito.

Consenso pode ser a palavra-mestra para evitar o engessamento dos mecanismos que movem a história de nossa instituição nos dias atuais. Nosso memorável Raymundo Faoro, numa análise que se mantém atual sobre os “Donos do Poder”, nos advertiu para os riscos de um ordenamento burocrático que gravita em órbita própria e não mais atrai, nem se funde, com que está em sua volta e se transformando.

É quando o poder, em lugar de integrar, comanda. Governa, mas não conduz.

O nosso compromisso é o de atrair e fundir os de baixo, o todo, para que o exercício do poder não seja uma obra dos de cima, nem das elites dirigentes.

Devemos não apenas comandar, mas integrar, conduzir, possibilitando o diálogo participativo e a gestão compartilhada.

Este sempre foi o nosso propósito. Esta será a nossa missão.

É nosso compromisso coordenar o somatório de esforços e mentes destinadas a renovar procedimentos, modificar culturas, ousar realizar as reais aspirações e os legítimos desejos da cidadania e da Advocacia brasileiras.

É obrigação do presidente nacional da OAB tratar cada um dos conselheiros federais e dirigentes de Ordem, bem assim cada advogado brasileiro, como um igual: somos todos portadores do nobre título de advogado.

Devemos ousar, sim, com a responsabilidade dos que compreendem o momento histórico.

Não chegamos a esse ponto de nossas vidas para nos conformarmos com a acomodação de ideias.

Mahatma Gandhi, que além de insuperável liderança de um povo oprimido era, antes de tudo, advogado, nos disse: “Se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova”.

Encerro, emocionado, convidando a todos para trabalharmos em prol de uma instituição que dignifica a Advocacia, o Direito, a Justiça e os valores republicanos de nossa pátria.

Que Deus nos ilumine.”

 

Fonte: OAB NACIONAL/Notícias

 

 

 
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Postado por Gilvan Vanderlei
Ex-Cabo da FAB – Vítima da Portaria 1.104GM3/64
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