Aos FABIANOS atingidos por ato de exceção durante o Governo Ditatorial Militar:

Caros colegas, o Ministério da Justiça, juntamente com a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Secretaria do Meio Ambiente criaram um monumento em homenagem a todos nós, homens e mulheres que foram vítimas da ditadura, este monumento foi entregue a todos nós perseguidos políticos em uma solenidade com diversas Autoridades e membros da imprensa no dia 01 de abril ultimo passado. (Vide o D.O. nº 14, página 58, de 03/04/2014 oficializando o "Monumento ao Nunca Mais" clicando aqui.)

Este evento teve a finalidade de resgatar a dignidade das vítimas da ditadura, justamente no mesmo dia em que o golpe foi dado.

Agora, todos os cidadãos que foram prejudicados pela ditadura tem um monumento para que possa reverenciar e saber que a sua luta não foi em vão por ter dito não ao golpe militar e ter defendido a Constituição Federativa do Brasil.

É muito importante que todos nós cuidemos e visitemos este monumento, as Associações de classe de anistiados políticos, civis e militares, precisam conhecer o monumento e enaltecê-lo para que ele nunca fique abandonado.

No dia 01 de agosto, realizamos um ato público em frente a este monumento, depois da abertura foi lida a relação dos nossos companheiros mortos que ainda não receberam suas anistias, o Cabo Nascimento, acompanhado de seu instrumento musical, realizou três toques militares e também tocou o Hino do Aviador, todos que estavam presentes e muitos transeuntes ficaram contentes com o que viram, tiravam dúvidas e aplaudiram o referido evento, após isto vários companheiros saíram em passeata, caminhando do monumento até a Câmara dos Vereadores fazendo diversas fotos em suas escadarias, após isto todos voltaram e o ato foi encerrado mais uma vez em frente ao monumento que fica na Praça da Cinelândia, nº 19, frente para o Clube Militar.

Muitos companheiros ao lerem a placa existente no monumento e suas homenagens e verem a quantidade de estrelas caídas no chão representando os estados brasileiros  desfigurados pela ditadura militar e observarem que o monumento retrata a Bandeira do Brasil rasgada ao meio ficaram bastante felizes e até elogiaram a iniciativa do Presidente Paulo Abraão e a ideia daquele monumento criada pela artista plástica Cristiana Pozzobon.

Assim faço uso da presente para convidar a todos os colegas, homens  ou mulheres, civis ou militares que façam uma visita ao seu  monumento, agora, nós temos um monumento para reverenciá-lo e temos muitos documentos e livros escritos falando que o Brasil sofreu um golpe militar do qual nós fomos vítimas, então vamos aproveitar esta oportunidade e mostrar a realidade que a história do Brasil sofreu com o golpe militar de 1964, dados pelos Generais Castelo Branco, Amauri Kruel e outros, obrigando a todos os brasileiros a sofrerem dias de horrores, torturas e desaparecimento de cadáveres, pois o morto é diferente do desaparecido político. O morto tem o direito a um cadáver, a um funeral, obedece a uma ritualística religiosa e todos os seus parentes podem chorar sua morte e velar seu corpo. Já o desaparecido, não tem local, nem dia, nem hora, todos os dias quando amanhece seus parentes perguntam se ele vai voltar…, o Brasil precisa contar esta história, estes desaparecimentos da maneira como ocorreram, praticados pelos agentes do estado e fardados, dentro das próprias instituições federais poderiam ter sido evitadas, porém já que as mortes tinham ocorrido, o certo era devolver o cadáver para seus familiares, até na Roma antiga quando o guerreiro vencia o outro permitia que a família viesse buscar seu corpo.

Vejam a seguir as fotos referentes a este evento, e repassem para todos os colegas.


 

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José Bezerra da Silva – Cabo Bezerra
Representante da ASSMAN/BA & ASPARN/RN
jbezerradasilva.rj@hotmail.com

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Postado por Gilvan VANDERLEI
Ex-Cabo da FAB – Vítima da Portaria 1.104GM3/64
E-mail gvlima@terra.com.br