Para Bolsonaro, Comissão da Verdade quer revanche
Laryssa Borges
Direto de Brasília
O polêmico deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) protagonizou nesta terça-feira mais um episódio controverso ao interromper uma entrevista coletiva concedida pelo líder do governo na Câmara, Candido Vaccarezza (PT-SP), entrar diante das câmeras e acusar o governo federal de montar uma “farsa” com as articulações para a criação da chamada Comissão da Verdade.
Afirmando falar em nome de oficiais generais, Bolsonaro condenou a iniciativa do Palácio do Planalto de aprovar o grupo de trabalho que terá por função examinar as violações de direitos humanos praticadas entre 1946 e 1988 para “efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional“. O parlamentar criticou particularmente um trecho do artigo 4º do projeto que cria a comissão e que prevê que “é dever dos militares colaborar com a Comissão da Verdade“.
“Eles desbordam a Lei da Anistia. Se é dever, o militar que não colaborar e não disser o que eles querem ouvir pode ser preso, sim. Essa é uma farsa, uma mentira. É um projeto que caminha apenas para apurar o que eles querem. Eles não querem apurar justiçamento no Araguaia, roubos, sequestros, execuções e justiçamentos. Isso é uma mentira. Eles querem colocar no currículo escolar a mentira que foi a esquerda, que recebeu dinheiro de Fidel Castro para financiar a luta armada no País. Devemos, de acordo com a proposta aqui, criar uma estátua do tamanho de Cristo em homenagem a Fidel Castro lutando pela democracia, porque ele foi o que mais despendeu dinheiro para a luta armada no País“, criticou, aos gritos, o deputado.
Sem cair na provocação, Vaccarezza deixou a coletiva e disse que discutiria com o deputado em Plenário. O governo pretende votar a criação da Comissão da Verdade na próxima semana, possivelmente no dia 21.
“Não há dúvida que é (a comissão) da revanche, porque aqui tudo é impositivo, inclusive eles têm o poder de buscar documentos na casa de quem quer que seja. Vão meter o pé na porta de casas de velhos generais e velhos coronéis para tirar de dentro o que bem entender, sem autorização judicial, inclusive. Nada temos a temer. O que não queremos é que faça uma mentira. Duvido que um só comandante militar concorde com o que está escrito aqui“, afirmou Bolsonaro.
O deputado, que distribuiu uma espécie de manifesto às pessoas presentes no Salão Verde da Câmara, elencou o que classificou de “as verdades que o PT não quer“, entre as quais a apuração das mortes dos prefeitos de Santo André, Celso Daniel, em 2000, e de Campinas, Toninho do PT, em 2001.
Para Bolsonaro, também não seria democrático o fato de o Executivo indicar todos os sete futuros integrantes da Comissão da Verdade, sem que o Congresso possa apresentar indicados. O deputado lembrou, por fim, que o atual assessor do Ministério da Defesa e negociador da criação do grupo de trabalho, José Genoino, é um ex-guerrilheiro. “Que isenção vai ter essa comissão com sete indicados pela presidente? Nós queremos a verdade, e os senhores querem esconder a verdade. Está escrito, eu não estou mentindo. Sim, (militares) me procuraram. O Genoino, um guerrilheiro do Araguaia, falando em nome dos militares? Isso é inadmissível“, afirmou.
Atualmente, o principal entrave à aprovação da Comissão da Verdade no Congresso é a composição do colegiado. O DEM, por exemplo, defende que parte dos integrantes da futura comissão possa ser indicados pelos parlamentares para garantir que a grupo de trabalho não fique sujeito a pressões políticas.
Quando viabilizada, a Comissão Nacional da Verdade poderá requisitar documentos públicos ou pedir à Justiça acesso a documentos privados, investigar violações aos direitos humanos, com exceção dos crimes políticos, de motivação política e eleitorais abrangidos pela Lei da Anistia, “promover a reconstrução da história dos casos de violação de direitos humanos” e disponibilizar meios e recursos necessários para a localização e identificação dos restos mortais de desaparecidos políticos.
Paralelamente à aprovação da Comissão, o governo trabalha para manter fora de votação um projeto da deputada Luiza Erundina (PSB-SP) que prevê alterar a Lei de Anistia para punir quem matou, torturou e foi responsável pelo desaparecimento de opositores do regime militar.
3 Comentários do post " Bolsonaro invade coletiva e acusa farsa na Comissão da Verdade "
Follow-up comment rss or Leave a Trackback.
COMISSÃO DA VERDADE: criação desse instrumento os militares não querem assim como a reintegração dos ex-Praças da Aeronáutica (soldados, cabos e sargentos) vitimados pela Portaria 1.104GM3/64 que o então Ministro da Aeronáutica Brigadeiro Wanderley Lavanere introduziu ao arrepio da Lei, assinou e pôs em prática, esse ato vergonhoso e depreciativo.
A nossa luta vem de longe; de um lado anistiandos/anistiados/desanistiados baseados na CONSTITUIÇÃO no seu artigo 8º ADCT regulamentado pela Lei 10.559/02 insistem no cumprimento da decisão planejada/discutida/elaborada/julgada e com o publique-se e cumpra-se, pelo Congresso Nacional, acatado pelo Governo de FHC e com o aval do PT, que hoje distorce e apresenta LISTAS contra atos transitados/julgados/aprovados por unanimidade no colegiado da Comissão de Anistia/MJ.
É valido entender que os “cabeças graúdas” de hoje não pensam sonham com a maldade ao acordar põe em pratica, distorce a VERDADE listam procedimentos contra princípios já discutidos, causa insatisfação é não ver os Senhores do Governo passado que compunham o quadro responsável pelas ANISTIAS POLITICAS não se defenderam das “maluquices” apresentadas a comunidade jurídica responsável pelo feito.
Doutora Sueli Bellato Vice Presidente da CA disse o que pensa, seria bom a colocação em prática, a Constituição Federal esta sendo arranhada/desrespeitada no seu Artigo 8º da ADCT regulamentada pela Lei 10.559/02 não só pelos citados mais também pelo Artigo 2º Incisos I e XI, na fala não cita a Sumula Administrativa 2002.07.003/CA que por sinal respira o ar da legalidade e continua em pleno VIGOR.
A “Calça Curta” Portaria 1.104GM3/64 é politica e reconhecida pelo GOVERNO como tal, e assim está posto nos anais da Comissão de Anistia/MJ.
As DESANISTIAS de 495 anistiados pelo Governo FHC é ato de ilegalidade e não houve colegiado para esta decisão e sim reunião de “cabeças graúdas” para destruir e ofender a Legislação.
O deputado Jair Bolsonaro vez por outra encontra-se envolvido em artes contra a DEMOCRACIA, a Câmara dos Deputados está sendo mal representada, a fala deste senhor não deve ser levada a sério, dizer que os velhos Generais e Coronéis serão molestados é não reconhecer que foram eles que deram o Golpe Militar, não há espaço para revanchismo mais eles já tiveram sua vez agora é do POVO, comunidade anistiando/desanistiado/anistiado aguarda o cumprimento da Lei inclusive que respeite o Estatuto do Idoso.
O STJ vem dando sinais de que o Ministério da Justiça está na contra mão da Lei, é só buscar decisões de atos julgados pelos Senhores (as) deste Tribunal e não se vê o reconhecimento publicado.
J.Raimundo
soljorge688@live.com
.
.
Valeu, Bolsonaro!!
Tem meu apoio 100%. O Brasil precisa de homens corajosos como você! Estamos fartos de "opositores coxinhas"…
Deus o abençoe!!
Pe. Renato Suhett
renatosuhett.com
renatosuhett@terra.com.br
.
.
Muito bom!
Parabens.
Beto Souza
sbeto550@gmail.com
.
Obrigado! Você acaba de acessar uma página aberta aos internautas interessados em divulgar, neste espaço, textos opinativos como: artigos, contos, crônicas, obras literárias, resenhas e opiniões diversas sobre a nossa sociedade.
É importante esclarecê-lo que as referidas publicações são de exclusiva responsabilidade de seus autores. O site de notícias www.militarpos64.com.br fica isento de qualquer punição prevista nos códigos civil, criminal, consumidor e penal do Brasil.
Escreva seu Comentário